Impulsionada por campanha de lançamento pesada para esquecer o fracasso que "Além do Horizonte" foi para o horário, "Geração Brasil" estreou com a dura missão de retomar os bons índices da época de "Cheias de Charme". Escrita pelos mesmos autores, Filipe Miguez e Izabel de Oliveira, a trama mostrou em poucos minutos que, sim, tem grandes possibilidades de cumprir este propósito com êxito. Abordando o universo de tecnologia e das celebridades, a história se apresenta como uma grande rede, conectando personagens populares localizados em várias cidades. Nos Estados Unidos, está a família Marra, dona de um império da computação. No Rio de Janeiro, o jovem gênio Davi (Humberto Carrão), cujo destino se cruzará com o da mocinha Manuela (Chandelly Braz), que vive no Recife. Por sua vez, ela assiste notícias sobre Jonas Marra (Murilo Benício) - misto de Tony Stark e Steve Jobs - num programa de TV comandado por Soon Chi (Rodrigo Pandolfo) e seu sotaque chinês.
Em suma, "Geração Brasil" é uma Babilônia de figuras interessantes e de grande apelo popular, caso dos papéis de Claudia Abreu, Lázaro Ramos e Luís Miranda, desde já um dos grandes destaques da estreia, na pele de Dorothy. Já Taís Araújo deve repetir o sucesso de Penha em sua última novela e roubar a cena. Outra que jamais passaria despercebida é Isabelle Drummond, que desde já pode ser apontada como grande aposta da Globo para o posto de protagonista nas próximas produções. Assim como Taís, é linda, carismática e talentosa.
Se em produções como "Meu Pedacinho de Chão" a prosódia chega a causar ruídos entre parte dos espectadores, aqui o sotaque americano surge bem aplicado, com afetações na medida certa. O figurino e caracterização de Gogoia Sampaio e Fernando Torquatto também são grande acerto. E a direção de Maria de Médicis e Natália Grinberg é ultra-arrojada, sem medo de abusar de efeitos jogados na tela, câmeras aceleradas ou lentas. Tudo aliado a uma trilha que une veteranos como Elza Soares e Ney Matogrosso a MC Guimê. Se mantiver este ritmo, "Geração Brasil" tem tudo para trazer de volta ao folhetim o público perdido nos últimos anos.
A audiência não respondeu bem ao potencial da novela, no entanto. De acordo com dados prévios, a trama registrou a menor audiência da história de um primeiro capítulo no horário das sete. Foram 21,9 pontos de média e 24 de pico. A antecessora, "Além do Horizonte", obteve 24 na estreia. No mesmo horário, Record marcou 10,3 pontos, seguida pelo SBT, com 5,9, e Band, com 4,3.
ATUALIZAÇÃO: No consolido, a novela ficou com 24 pontos, mesma marca de "Além do Horizonte".
Relembre e compare a audiência de todos os primeiros capítulos das novelas das sete desde o ano 2000:
Geração Brasil – 21,9 pontos (prévia)/ 24 pontos (consolidado)
Além do Horizonte – 24 pontos
Sangue Bom – 28 pontos
Guerra dos Sexos – 28 pontos
Cheias de Charme – 35 pontos
Aquele Beijo – 34 pontos
Morde & Assopra – 32 pontos
Ti Ti Ti – 29 pontos
Tempos Modernos – 29 pontos
Caras & Bocas – 33 pontos
Três Irmãs – 33 pontos
Beleza Pura – 30 pontos
Sete Pecados – 36 pontos
Pé na Jaca – 40 pontos
Cobras & Lagartos – 35 pontos
Bang Bang – 35 pontos
A Lua Me Disse – 32 pontos
Começar de Novo – 40 pontos
Da Cor do Pecado – 41 pontos
Kubanacan – 41 pontos
O Beijo do Vampiro – 36 pontos
Desejos de Mulher – 29 pontos
As Filhas da Mãe – 36 pontos
Um Anjo Caiu do Céu – 39 pontos
Uga Uga – 40 pontos
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